segunda-feira, 16 de abril de 2012

Born to Die: Simplicidade e Pessimismo

Quem gosta de música e internet, independente do estilo, provavelmente ouviu falar em Lana Del Rey. Essa moça causou um certo frisson no mundo da música em 2011 lançando, à princípio apenas online, algumas músicas que, mais tarde vieram a fazer parte de seu disco "Born to Die".

Ouvindo o disco é que se percebe o quanto Lana representa uma carência de algo fora dos padrões radiofônicos. Born to Die é um disco que, em outras circunstâncias nunca teria o destaque que teve, mesmo com toda a divulgação da cantora pelo fato de priorizar as vendas virtuais. É constante demais, sombrio demais e pessimista demais. Não que isso seja ruim, o disco é realmente muito bom, mas o barulho causado em se tratando de um disco nada dançante, com letras tão pra baixo e sonoridade nada convencional representa um cansaço do público da grande onda eletrônica que, nos últimos anos, tomou conta da música.

É claro que aparecem também as comparações e os elogios que colocam o artista em um ponto aonde ele não pretende chegar. Dizer que Lana Del Rey é uma nova diva do pop, por exemplo, chega a ser cômico. Que fique bem claro: LANA DEL REY NÃO É DIVA, NEM É POP. A maior prova desse fato é o próprio disco, com letras que podem sim se referir a alguém ,mas que poderiam falar até da própria carreira relâmpago que a cantora pode vir a ter. Ela e sua carreira, nascidas para morrer, pode ser daqui a um mês, podem ser daqui a muitos anos.

Para constar, os detaques do album são a própria "Born to die" e o hit "Blue Jeans". Além dessas, "Summertime Sadness", "Radio", "Dark Paradise" e "National Anthem" merecem destaque. São músicas que se parecem umas com as outras, mas que dão um ar concreto ao álbum.

Com uma imagem errôneamente associada a um pioneirosmo musical (quem conheceu Lana acha que nunca existiram Sia e Bjork), no fim das contas Lana Del Rey é talentosa, bela e tem um disco com letras melancólicas e musicalidade sombria. O ponto positivo é que é um alívio saber que há espaço pra ela, um espaço merecido e que eu sinceramente espero que ela ocupe por muito tempo. O ponto negativo é colocar nela uma imagem pop, de diva, imagem que ela deixa bem claro pra quem ouve atentamente seu disco que ela não quer, nem precisa. Ao lado de outros talentos não radiofônicos, Lana residirá na cabeça do grade público por não se sabe quanto tempo. Caso seja esquecida, pode seguir o exemplo de Sia, não ter divulgação e ainda sim ser admirada por quem quer ouvir uma boa música , independente da imagem que se tenha na mídia. Os verdadeiros fãns aparecerão aí.


By Carlos

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