quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Excitantemente inspirador, Bufo & Spallanzani - um noir nacional de primeira!

Ainda que tardiamente, aqui estou!
Resolvi deixar a vergonha e a frescura de lado para, finalmente, postar algo. Entendam que assim como Gustavo Flávio (o protagonista das obras que irei tratar aqui), sofro de um bloqueio mental, uma espécie de crise de criação...
Apesar da constante empolgação com blogs, vocês não sabem o quanto é difícil para mim falar sobre algo não ensaiado para um público tão amplo como os internautas.
Espero que o post não seja cansativo e, para os que não conhecem o tema, sirva de estimulo para motivá-los a conhecer.

Durante boa parte da minha infância, minha mãe tentou fazer com que eu tomasse gosto pela leitura. Sempre me incentivando a ler, fazia questão de me comprar volume por volume de Harry Potter para que eu nunca ficasse sem algum livro em mãos. 

Meu colégio no ensino fundamental também teve papel importante no meu histórico literário uma vez que nós, alunos, éramos obrigados a ler no mínimo um livro por trimestre para realizar provas de português e literatura... 

Porém, os esforços que todos faziam eram em vão. Até meus dezesseis anos eu ainda não sabia verdadeiramente o que era “gostar de ler”. Digo isso porque até essa idade eu ainda apresentava relutância diante dos livros e, quando resolvia ler algo, demorava quase um mês inteiro... 

Então eis que milagrosamente crio uma paixão pela escrita. Ideias me inundavam a mente e a vontade de passá-las para o papel era quase sufocante. Mas como eu iria escrever e transmitir minhas emoções sem vocabulário? Eu escrevia tão mal quanto lia. Logo comecei a buscar livros e me dedicar à leitura para enriquecer meu vocabulário.

Eu estava eufórico, havia acabado de ler o Xangô de Baker Street e havia me fascinado com a narrativa do Jô Soares. Me perguntei se existiriam outros livros assim, foi quando me deparei com algo que ouso dizer ser até melhor, Rubem Fonseca. 

Assisti certa vez na televisão um filme nacional, já um tanto quanto antigo, que era a adaptação de um livro cujo título me havia despertado um enorme interesse: Bufo & Spallanzani

“Que diabo de título é esse?” 

Apesar de suas imperfeições cinematográficas, o filme não era ruim! Me serviu de impulso para, após terminar de ler o Xangô, procurar pela obra de Rubem Fonseca. 

E lá estava eu com o livro em mãos. Foi engraçada a forma com a qual a leitura se sucedeu... 

Por mais que o filme e o livro sejam escandalosamente distintos em certos aspectos, eu conseguia imaginar perfeitamente os atores do cinema em seus personagens no livro e, mais que isso, as cenas do filme se repetiam na minha mente conforme eu lia, os diálogos tinham a mesma entonação e isso tudo contribuía para que eu achasse o livro fantástico. 

Mas vamos deixar o filme um pouco de lado agora. 


Com Bufo & Spallanzani, Rubem Fonseca apresenta ao leitor não um romance policial, mas sim uma colcha de retalhos de todo o gênero investigativo, onde ele usa e abusa de seu domínio narrativo - conhecido pela cáustica ironia e a brutal franqueza. O abuso da metalinguagem, que transforma o livro em um intrigante jogo de verdades e mentiras, é uma mistura de ficção e realidade muitas vezes contundente. 

Zé Mayer esbanjando estilo, EUHEUH.
A obra também critica a sociedade capitalista burguesa que dificulta a sobrevivência de romances modernos. Seu protagonista - e narrador - Gustavo Flávio é um escritor que, pressionado pela editora, precisa publicar às pressas um livro. Entretanto ele se vê perdido em meio a uma crise de criação, que remete ao paradigma vivido pelos romances modernos na atualidade. 

Nesse enredo de Rubem Fonseca várias histórias se misturam e entrelaçam. Novas tramas surgem de forma simultânea ao desenrolar do mistério principal. Os acontecimentos da vida do protagonista são narrados em flash-back: ora a nós leitores, ora a Minolta, sua namorada, amiga, amante e confidente. Porém, um cuidado é necessário durante a leitura: não confundir a personagem Gustavo Flávio com o autor Rubem Fonseca. 


Voltando à adaptação para o cinema, Flávio R. Tambellini se mostrou extremamente competente na direção de um longa-metragem. Bufo & Spallanzani (2001) se tornou em exemplar raro nas mãos do diretor que explorou com sabedoria o gênero policial, tão pouco aproveitado pelos cineastas nacionais. 

Nas telas, a trama já começa em clima de mistério: uma burguesa (Maitê Proença) é encontrada morta dentro de seu carro com um tiro no peito e uma arma na mão. Suicídio? O escritor Gustavo Flávio contesta com veemência. Ele vai à polícia informar que o assassino é próprio marido da milionária, Eugênio Delamare (Paulo Gracindo). E assim a história caminha, envolvendo corrupção, obsessão, sexo, investigações e anfíbios. 
Tony Ramos como o tira Guedes 

É interessante ver como Tambellini não revela em nenhum momento ser um estreante, pelo contrário. Ele se mostra um grande diretor de atores.
Tony Ramos se mostra exímio como um tira pertinente e incorruptível. Isabel Guerón abusa e inebria os espectadores com sua beleza, nos deixando apaixonados pela hippie naturalista que interpreta. Outro ator digno de muito mérito é Juca de Oliveira como o biólogo excêntrico responsável pelas partes mais engraçadas da película. Não foi por acaso que esses três nomes foram consagrados através da premiação do Festival de Gramado!
Zé Mayer, como protagonista, faz o papel do garanhão de meia-idade, rótulo que o consagrou na televisão. E para completar o time de grandes astros nacionais temos ainda a participação mais que especial do talentoso Matheus Nachtergaele como Agenor,criminoso meia-boca que se passa por assassino de araque.
Juca de Oliveira e Isabel Guerón

O roteiro, apesar de diferir bastante da obra literária, é enxuto e bem adaptado. A trilha sonora de Dado Villa-Lobos, desempenha com louvor um importante papel na criação do clima de suspense, encaixando-se perfeitamente com a fotografia que nos remete automaticamente ao clima noir dos antigos filmes policias de Hollywood. 


Sem dúvidas, Bufo & Spallanzani é uma obra prima nacional de vital importância tanto para o cinema quanto para a literatura, mostrando-se original e extremamente divertida. Um material raro em nosso país que merece destaque e muitos elogios.



Bufo & Spallanzani (livro)
Edição: 1
Editora: Nova Fronteira
Ano: 2011 (essa edição, a original é de 1986)
Páginas: 352




Bufo & Spallanzani (filme) 
Título: Bufo & Spallanzani
País de Origem: Brasil
Gênero: Policial
Tempo de Duração: 96 minutos
Ano de Lançamento: 2001
Direção: Flávio R. Tambellini

Elenco:
José Mayer ... Ivan Canabrava / Gustavo Flávio
Tony Ramos ... Guedes
Isabel Guéron ... Minolta

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Um pouco de música... Royksopp




Olá solidários que se lembram que essa página existe, como vão?? Este é o último post de 2011, cheguei a incrível marca de... 6 postagens?? Nem sei! O que importa é que volto a falar de música, chegando a um post que foi muito aguardado por mim (internamente estou fervendo de alegria). Hoje vamos falar de Royksopp e de música eletrônica.
Antes que você arraste os móveis da sala e se prepare pra dançar enlouquecidamente sob efeito de luzes coloridas, gelo seco e extâse (shuffuling shuffuling), vamos deixar uma coisa bem clara: MÚSICA ELETRÔNICA NÃO É FEITA APENAS PRA DANÇAR!! Esse tipo de pensamento é de quem não para pra reparar em música eletrônica. O grande barato desse estilo é que ele se subdivide em inúmeros outros que mesmo usando sintetizadores, conseguem fazer musicas inspiradoras, calmas ou não.
O lance é a criação ou reprodução de sons que podem ser robotizados ou mais naturais, e a junção destes sons em melodias que criam canções calmas, por vezes sem vocais, e que me deixam num estado nostálgico/melancólico inexplicavelmente prazeroso. Estou falando de som ambiente, mas não aquele de elevador, que parece estar ali para preencher o tempo, mas um som que fala por si só, sem precisar de letra. Um "sub-estilo" da música eletrônica é chamado de downbeat, e é nele que estão os caras que quero falar mais, o duo Norueguês conhecido como Royksopp.
Eu não sei o que significa Royksopp. Não sei nem que língua se fala na Noruega. O que importa é que se falarmos de música eletrônica, ultimamente o Royksopp tem chegado a minha mente antes até do que o Daft Punk ( e olha que se tem um som eletrônico que eu gosto é o do Daft Punk). Não quero, porém, fazer comparações entre os dois, nem posso, pois são estilos muito diferentes dentro do que eles se propõem a fazer. Se for para compararmos os dois, devemos citar que são duplas européias e que são excelentes no que fazem.
Eu sou louco por videoclipes. Todos devem saber disso, e os que não sabem, fiquem sabendo agora. Digo isso porque o Royksopp chegou a mim através de uma obra prima dos videoclipes. Estava eu todo concentrado vendo videoclipes num canal qualquer, numa madrugada de insônia, quando surgiu na tela uma casa flutuando. Em seguida uma mulher flutuava, cantando uma letra forte, com uma voz melódica e um tanto quanto entristecida. Aquilo foi um tiro nos meus ouvidos. O clipe acabou e eu queria mais daquele som indescritível e daquele vídeo sensacional. Guardei na cabeça e no coração o nome impronunciável daquele "artista".



O clipe era da música "What Else is there?", uma midtime perfeita em todos os sentidos e que fazia parte do disco "The Understanding", até então o mais recente da dupla. Ao ouvir The Understanding, você se depara com uma mistura de sons que prende a atenção de qualquer amante e curioso de música. Da apoteótica Triumphant, que dá início ao disco, passando pelas animadas Only This Moment e Circuit Breaker, chegando as melancólicas Beautiful Day Without you, Dead to the world e Someone like me, o disco é uma mistura de batidas sensacional, independente de vocais e letras, simplesmente uma obra prima.
Dá pra perceber que o que mais impressiona no Royksopp é que os caras conseguem fazer músicas dançantes, lentas, com letras boas ou sem letra alguma, e de qualquer forma eles surpreendem, pois sabem usar os 808´s como ninguém. Após me deliciar com The Understanding, meu objetivo foi ouvir "Melody AM", o primeiro e totalmente Downbeat album dos caras. Novamente a sensação que o álbum me despertou foi inexplicável, principalmente para um disco totalmente sem letras. É como ouvir um bom disco de rock, sua vida faz mais sentido, você se identifica com os sons, com cada detalhe deles, é uma interpretação que não é feita pela voz.
Pouco tempo depois veio Junior. Um disco mais dançante, mais radiofônico, mais "Bionic". A diferença é que os caras não perderam a essência, o grande trunfo de fazer algo inovador, e agora inovador e um tanto quanto comercial. Pra voltar as origens, após Junior veio Senior, um disco curto, sem vocais, e com a mesma insistente e maravilhosa excelência Royksopp. Senior e Junior se contrastam de maneira espetacular.
Por fim, mesmo que você não goste de eletrônico, vale apena dar uma conferida no que essa dupla tem para oferecer, é som de primeira qualidade, que vai agradar dos fãns de pop aos amantes de rock, afinal, gostamos é de música boa...

Desejando um 2012 cheio de alegria, eu empolguei e nã ovou desistir desse blog aqui tão fácil, muitos posts virão, mesmo que apenas cinco pessoas leiam, ja vale. Feliz ano novo!!

By Carlos

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

O Dia em que o espelho me viu (crônica)

Não me lembro da primeira vez em que me vi num espelho. Não posso portanto afirmar que foi a tanto tempo assim, nem quero fazê-lo. O que posso dizer é que me olhar no espelho, com o tempo, passou de um simples ato corriqueiro a uma necessidade de afirmação.
No princípio era a vontade. Eu sentia uma vontade incontrolável de me ver refletido ali, de estar ali. Era algo confortante e estranho ao mesmo tempo. Estranho porque, por mais que eu me esforçasse, meu reflexo não parecia me refletir totalmente.
Minha imagem, na verdade, era apática, distante, fria. Parecia não estar na mesma sintonia que eu. Mas esse aí não sou eu? Enquanto eu era como uma bomba de idéias, sentimentos, curiosidades e sensações, ele permanecia quieto, como uma cópia minha que não era eu.
E então eu vi. Nem sei quanto tempo depois compreendi que o espelho refletia na verdade meu espírito, meu estado de espírito. Aquela expressão triste vinha do que meu mundo era na realidade. Afinal, eu sempre estive acorrentado ao que me é imposto. Tudo o que eu penso ou desejo é sufocado por imposições que vêm de todos os lados. O espelho apenas refletia toda a amargura que, por dentro me consumia, mas que por fora se escondia. Essa foi a primeira revelação
Resolvi mudar, tomar uma atitude, passar à viver a minha própria maneira, rezando para que não fosse tarde demais. O simples ato de me decidir mudou minha imagem em frente ao espelho. Esse objeto mágico se mostrou ainda mais fantástico ao me deixar vislumbrar o futuro. Vi ali um eu que tinha menos do que esperava, com dedos apontados para ele e rostos de desaprovação. Mas o que mais chamou a atenção foi minha própria imagem. Aquele sorriso em meu rosto mostrou que aquele era o caminho certo. A felicidade que saia de mim era linda. Eu refletia felicidade, era o que eu queria refletir, era só o que eu podia, refletir. Então tive a segunda revelação... O Reflexo era eu...


By Carlos

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Eu no dia cinzento... (crônica)

Eu odeio os dias de chuva. E não é pela monotonia monocromática que eles trazem, até porque eu sou um admirador da ausência de cores. Eu odeio os dias de chuva por causa do que ele faz com as pessoas.
Caminhar enquanto chove mostra muito da natureza triste do ser humano. As pessoas parecem já despertar entristecidas pelo dia nublado, acinzentado e precocemente monótono que vem com a chuva.
Munidos das asas de morcego que protegem dos pingos gelados, os rostos sérios, rostos por vezes mais acinzentados que o próprio céu, nós simplesmente caminhamos rumo a nossos destinos, com nossos próprios pensamentos, nossos próprios fones de ouvido, nossas próprias vidas.

Ninguém escuta, Ninguém fala, Ninguém sorri. Ausência de Nós
Só o som da chuva caindo é ouvível, quando se repara nele.

Passeando e observando as pessoas, devido a complexidade e necessidade de interação dos meus pensamentos, é que reparo em algo: Um casal sob um guarda chuva.
Ele estava cabisbaixo, aparentava timidez, tentava parecer distraído e nem olhava nos olhos da garota. Ela, por sua vez, admirava o rosto dele com uma expressão que transpunha a felicidade.
O primeiro rosto feliz sob um céu caindo

Ali, como espectador da cena, vi que a chuva não tem efeito sobre nós. Nós é que a associamos à monotonia, à estagnação. Não percebemos que podemos também associá-la ao sossego, a tranquilidade, a paz.
Aquele casal me mostrou que um dia de chuva pode ser belo, pois para aquela garota não importava o tempo ou o clima, importava aquele momento, só aquele momento, que seria o mesmo se acontecesse e muma quarta feira de sol.

By Carlos...

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Sobre Naoki Urasawa




QUAL A SUA DEFINIÇÃO DE GÊNIO?????
Quem você considera genial, incrível, fodão, uma pessoa caralhuda que, sem ela, o mundo seria pior do que ja é?? Gênio, na minha humilde, modesta, redundante e repetitiva opinião é alguém que pega o que é comum e muda, faz daquilo algo melhor, algo mais interessante, mostra que aquilo que achamos que está no seu auge ainda tem c
omo ficar melhor. Naoki Urasawa é o gênio do mundo dos mangás
Eu devo ser o fã de mangás (vulgo Otaku) mais chato
da face da Terra. Se você conhece alguém que torce para que seu mangá preferido acabe logo, me apresente essa pessoa, pois nós dois temos problemas. A questão é que, ja faz um tempo que a fórmula dos mangás está me chateando. Honestamente, um garoto que é um bosta mas que fica fodão porque tem um poder oculto dentro dele, independen
te de ser ninja, shinigami, youkai, soldado, cavaleiro, bad boy de rua, ou o quer que seja, aliado a uma menina bonitinha e um rival/ amigo que parece fodão, faz merda mas continua tendo fãs (principalmente meninas), é o tipo de fórmula que se repete em todo mangá shonen.
Salvo algumas exceções (Fullmetal Alchemist, que até ja acabou), tem sido repetitivo e chato ler certos mangás, os considerados mais populares. Outrofator irritante, pelo menos na minha opinião, é o fato desses mangás não acabarem nunca. Chega a dar aflição uma história em que a cada capitulo você o fim, mas o autor não enxerga. Esse deve ser o principal motivo pra fórmula desgastada e irritantedesses mangás, e é exatamente isso que Naoki Urasawa conseguiu colocar na lixeira.

O primeiro ponto a ser considerado é o e
nredo. As histórias que Urasawa cria fazem certos
enredos até cheirarem mal tamanha a semelhança c
om lixo. Claro que quem ainda engole histórias baseadas em personagens carismáticos ainda consegue achar algo de incrível nesses enredos, mas eu me pergunto. "Cadê a novidade?? Quer fazer um teste?? Pegue um desses mangás famosos e c
ompare com YuYu Hakusho. Agora me diga as semelhanças que você encontrou. Provavelmente são muitas, mais do que
você sequer pensou. Só pra constar, YuYu foi publicado no Japão a cerca de 19 anos.
Naoki Urasawa então, me chega com uma história que e
nvolve uma Alemanha ainda marcada pela queda do mur
o de Berlim, e nos aprofunda em um suspense cheio de nuances e pontas que, parecem não ter ligação, mas que dão um sentido tenebroso à história. Assim é Monster, único mangá do autor publicado no Brasil, e ainda assim incompleto (Maldita Conrad). E pra quem pensa "Ah, mas só deve ter personagem chato nesse mangá aí mimimi", o gênio mostra que sabe não só mudar o que é comum nos outros, mas usar o que esses outros tem de melhor. Enfim ,leia Monster




Se, por uma acaso, você é daqueles que pensa "Ah, mas eu gosto de histórias fantasiosas, esses suspenses reais são um saco...", Naoki Urasawa joga a genialidade dele na sua cara. Afinal, imagine que sua brincadeirinha de herói com seus amigos quando criança, salvando o mundo do mal vire realidade. E essa realidade venha quando você ja estiver trintão, com os primeiros fios brancos aparecendo. E que, além disso, o responsável por tornar seu "sonho de criança" realidade seja o vilão mais misterioso e fodão da história dos mangás. Pois Naoki colocou isso e muito mais na sua obra prima, a excelentíssima 20th Century Boy, um mangá que se você não gostar, vá assistir Fina Estampa ou qualquer outra novela, porquê você não tem cabeça boa pra ler esse gênio.



Como essas foram as únicas obras completas do autor que eu li, apenas citarei as outras. Pluto é a versão de Urasawa para o clássico Astro Boy (que, você, assim como eu, deve achar chato). Se você ja viu Astro Boy, tente colocar uma investigação sobre um assassinato naquele mundo. Conseguiu?? Urasawa conseguiu. O outro é Billy Bat (Estou lendo esse), uma história bem estranha sobre um japa que vive nos Eua pós segunda guerra e que publica uma série em comic chamada Billy Bat. Após saber que um desenho parecido existe no Japão, ele vai até la pedir permissão para utilizar a imagem (parece estranho, mas o cara tem suas razões), mas acaba numa trama mais tensa do que parece, cheia de segredos e bem no estilo Urasawa de ser.
Não se ofendam se eu pareço ter falado mal do teu mangá favorito, aquele que mudou a sua vida. Eu realmente falei mal, mas o que eu quero é chamar a atenção para o que há de diferente num mercado que, ao analisar, parece ser muito igual. As histórias de suspense de Naoki Urasawa me fizeram ver que é possível mudar qualquer fórmula preexistente. Eu realmente acho os shonens comuns mais chatos hoje em dia.Enfim, a maioria das obras de Urasawa podem ser encontradas traduzidas por fãs na internet. Se quiser facilidade pra achar, use um certo site de relacionamentos que você já gostou muito, mas trocou por um mais intenacional, entende?? Agradeço a paciência e aguardem mais posts... E LEIAM AS OBRAS DESSE AUTOR, SENÃO EU ESCREVI TUDO ISSO ATOA, E DEU MÓ TRABALHO!!!


Até a vista... By Carlos

sábado, 12 de novembro de 2011

Um Pouco de Música... Thiago Pethit


Olá amigos!!
Estou aqui de novo com o intuito de apresentar-lhes alguém que eu admiro, mas que não tem o reconhecimento que merece. Hoje o alvo da minha admiração é o brasileiro Thiago Pethit.
Conheci Thiago Pethit pela MTV. Estava eu um dia zapeando pelos clipes da emissora, quando me deparo com um interessante vídeo que trazia uma moça de rosto familiar dançando pela rua com uma outra galera, embalada por uma espécie de Folk, um tanto quanto alegre demais para o gênero. Descobri que a música se chamava Nightwalker e era de um brasileiro.



Como hoje em dia a TV nos dá partes do que queremos, fui logo para a internet procurar saber quem era o intérprete da música. A atriz de rosto conhecido era Alice Braga, brasileira que tem carreira extensa no cinema hollywoodiano. Mas o que importa é falar sobre a música de Thiago.
O disco em questão, ??único do cantor??, foi lançado de forma independente e tem o sugestivo nome de Berlim, Texas. Sugestivo pois o disco me parece um encontro de dois lugares distintos. Enquanto algumas faixas tem um certo glamour de um cabaré europeu, outras me remetem a um bar texano, solitário e melancólico. Thiago interpreta suas músicas com um certo ar Chico Buarque, alinhado a elementos que fogem à MPB feita por Chico. É o tipo de artista que tem um estilo diferenciado, um folk com ares de anos 30. Ja imaginou Bob Dylan num cabaré francês tomando vinho?? Thiago Pethit pelo visto imaginou.
Sem dúvida a música cujo clipe é estrelado por Alice Braga, Nightwalkwer, é uma das grandes faixas do álbum. Outras faixas que merecem destaque são Birdhouse, Forasteiro, Não se vá e Don´t go away (que é linda nos dois idiomas), a bela Outra Canção Tristonha,e, por fim, a melhor faixa do disco, a impressionante Fuga nº 01, com seu toque circense, sua letra profunda e sua melodia completa e tocante.

Termino deixando o site do cantor pra quem quiser ouvir o disco. Espero que tenham gostado, novos posts virão, sobre musica e outros assuntos.

Até a vista...



sábado, 29 de outubro de 2011

Um Pouco de Música... Sia Furler


Roupas estranhas, voz interessante, atitudes consideradas bizarras. Gostaria de apresentar a quem lê uma cantora que usa desses artifícios para mostrar sua personalidade. Se você pensou "Eu já conheço Lady Gaga", é exatamente por isso que eu não vou falar dela, quero que vocês conheçam Sia Furler, ou apenas Sia.
Nascida em 1975, Sia é, particularmente, daqueles artistas sem estilo definido. Alguns a definem como indie, uns como pop ou indie pop, meu Ipod inclusive a define como Adult Contemporany Indie Rock (?). O som dela é um tal eletropop com influências na música eletrônica, no rock e até no jazz. Independente da mistura feita, Sia consegue nos tocar com suas composições intimistas, sua voz melódica e seu seu som "tranquilizante".
Sia começou sua carreira na banda de indie pop australiana Zero 7 ( que, se Deus permitir, um dia ganha um post aqui). Após sair do grupo e partir em carreira solo, mostrou algumas peculiaridades que tornaram sua música diferente da do seu antigo grupo. O ponto alto de Sia são as baladas, ABSOLUTAMENTE TODAS são perfeitas, com letras profundas e instrumental diferenciado. Junte a isso os videoclipes criativos e muito bem feitos, visivelmente feitos sob baixo orçamento, e temos uma artista que consegue dar vida ao termo "Alternativa'.
Por fim ,me permitam falar de um dentre os cinco trabalhos solos da cantora, um disco que não só fez meu respeito por ela crescer vertiginosamente como mudou a minha vida: o ÉPICO Some People Have Real Problems.

Um álbum único, com letras perfeitas e músicas impecáveis, daqueles que se ouve várias vezes na vida e nos faz até pensar sobre ela (eu, pelo menos, faço isso). Da reflexiva Little Black Sandals, passando pelas tocantes Lullaby, I Go to Sleep e You have been loved, chegando até as divertidas metáforas de The girl you lost to cocaine, Academia e Eletric Bird, esse álbum com certeza mostra Sia em sua forma mais completa, uma verdadeira artista.
Me despeço por aqui, ainda com um vídeo clipe da música Breath me, considerado o maior hit de Sia Furler esperando que vocês curtam essa artista, tida como desconhecida, mas que faz meu vício por música ser justificado. Até a vista...



By Carlos

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Prelúdio...




Enquanto o mundo gira e o tempo acelera, as vezes é saudável parar pra pensar no que você pensa, faz ou quer pensar ou fazer. Todas as vezes em que eu paro para fazer esse tipo de coisa ,porém, chego a uma mesma conclusão: Nós gostamos de criticar.




Não é só criticar o trânsito, a política ou a roupa de celebridades. Nós gostamos, precisamos, e alguns até necessitam fazer críticas a tudo o que existe nesse mundo, inclusive as coisas que você gosta. Sera algum tipo de doença? Acredito que seja, na verdade, questão de oportunidade.




Com redes sociais, blogs, internet em geral, todo tipo de reclamação e todo o tipo de crítica é passível de ser vista, lida, ouvida e até respondida. A partir daí, todos que tem algo a dizer (e alguns que não tem também) se sentem corajosos o suficiente para reclamar do que for e criticar quem quer que seja, sendo que , pela tela do computador, quem lê muitas vezes não sabe quem criticou, o que nos deixa, de certa forma, protegidos contra réplicas.




Toda essa enrolação é para que eu possa me apresentar a quem lê: Meu nome é Carlos, e eu provavelmente serei quem mais reclama por aqui, de forma gratuita e por vezes ofensiva, mas sempre bem argumentada, espero eu.




Claro que elogios também virão, mas reclamar é, sem dúvida, o que eu faço melhor. Aos 20 anos, tento entrar para o ensino superior, não tenho namorada, carteira de motorista, carro, casa, computador, só me resta um pouco de ambição, algumas dívidas, um gosto exagerado por música e uma imensa vontade de descobrir quem sou para então ser alguém.




Como isso não é problema de ninguém, evitemos falar de vida pessoal e nos concentremos no que realmente importa: Reclamar do mundo e da cultura pop em geral, pois essa sim é a válvula de escape para os problemas de verdade.








Até a vista...




quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Encontros...

Quando alguém inicia um blog, essa pessoa se apresenta para tentar cativar o interesse do leitor, mostrar em qual terreno ele está pisando e dar certa perspectiva dos conteúdos que serão encontrados nesse espaço virtual.

Tendo isso em mente, eu, como “blogueiro” devo fazer uma apresentação breve e interessante sobre mim. Aí vai:
  •  ODEIO apresentações. Não existe martírio maior no cyber-espaço do que se definir em poucos caracteres em campos típicos como "quem sou eu";
  • Pretendo escrever sobre assuntos da cultura de entretenimento pop com uma certa tendência para a  televisão, forma de lazer que Bill Watterson define muito bem em sua obra "Calvin e Haroldo" com os seguintes dizeres do protagonista: 
"Entretenimento passivo e completamente inerte que se estende ao ser que viaja na  falta de participação e resposta." (Grifo Nosso)

  • Tenho 22 anos, sou um estudante frustrado de direito, um aluno frustrado de um curso de quadrinhos, um aspirante frustrado a jogador de basquete, e por fim, um aluno de teatro. 
  • Minhas comidas favoritas são as tortas doces. Em especial torta de limão, Cheesecake e Tiramissu.
  • Apesar de ter algumas aspirações, minha força de vontade é muito pequena.
  • Sou levemente pessimista apesar de não transparecer.
Com essa  apresentação, convido você leitor, a discutir os temas de entretenimento propostos e tidos como "fúteis" para a grande maioria, mas que diante da realidade massacrante, tornam-se uma excelente válvula de escape.

Encerro esse post citando um trecho do seriado norte-americano "Grey's Anatomy", exibido, aqui no Brasil, pelo canal pago Sony Entertainment e pelo canal aberto SBT.
"O corpo humano é um sistema altamente pressurizado[...] E quando a pressão fica alta demais, que os problemas realmente ocorrem[...] Todo sistema pressurizado precisa de válvula de escape. Precisa ter uma maneira de reduzir o estresse. A tensão. Antes que se torne demais para suportar. Deve haver uma maneira de encontrar o escape. Porque se a pressão não encontrar um meio de sair... Ela criará um."
- Grey's Anatomy S07E08.

 Fonte: "Frases Grey's Anatomy"


Até o próximo Encontro!

"Tenho o maior medo desse negócio de ser normal" - John Lennon

Fellipe, 19 anos, Belo Horizonte - MG.

Dizem que é comum em todo virginiano o senso crítico. Alguns acreditam que a capacidade de fazer análises detalhadas é algo astrologicamente inato nessas pessoas... Bom, quando o assunto é astrologia, eu sou um fracasso.
Mas dispensando as estrelas e suas explicações, me considero uma pessoa crítica, detalhista e que acaba sendo muitas vezes inconveniente (ainda não entendi como ninguém nunca dormiu enquanto eu falo). Gosto de coisas complexas, que exigem um pouco mais das pessoas. Sendo assim, eu mesmo acabo exigindo uma compreensão maior dos outros... Mas isso a gente releva em um blog.

Quanto aos meus hobbies. Deixe-me ver...
Adoro cinema. Filmes em geral, de qualquer gênero.
É claro que alguns me agradam mais que outros, mas me considero bem “eclético” quando o assunto é cinema;
Leio e escrevo bastante. Gosto disso. Aliás, é por esse motivo que faço parte do blog. Sinto prazer em expressar ideias e ser compreendido (apesar de nem sempre alcançar a segunda parte);
Gosto de quadrinhos, desenhos e vídeo-games.
Não sou nenhum expert no assunto, mas busco conhecer mais sempre, para ter um maior domínio da minha opinião;
Assisto alguns seriados. Uns famosos, outros nem tanto... Não sou nenhum fã que acompanha assiduamente milhões de séries, mas é algo que me atrai bastante.

...Caramba, essa apresentação já está ficando longa e maçante demais.
As coisas poderão ficar menos coerentes daqui pra frente, mas não se assustem.


Minha cor favorita é o lilás.
Na minha opinião, o filósofo mais épico foi Friedrich Nietzsche.
A profissão que mais admiro é a psiquiatria.
Ainda não terminei o ensino médio, (apesar de estar quase, não deixa de ser uma vergonha) mas pretendo prestar vestibular para jornalismo.
Os países que mais me atraem são Cuba, Inglaterra, Canadá, Japão e Suécia.
Sou aficionado por filmes mas não tenho um título favorito. Tenho uma lista deles.
No quesito musical, gosto de indie rock, pós-punk, progressivo...
Acho o Twitter uma invenção genial.
...E acabo de perceber que redigir uma apresentação é algo extremamente difícil pra mim. 

Espero que gostem do blog.