quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Eu no dia cinzento... (crônica)

Eu odeio os dias de chuva. E não é pela monotonia monocromática que eles trazem, até porque eu sou um admirador da ausência de cores. Eu odeio os dias de chuva por causa do que ele faz com as pessoas.
Caminhar enquanto chove mostra muito da natureza triste do ser humano. As pessoas parecem já despertar entristecidas pelo dia nublado, acinzentado e precocemente monótono que vem com a chuva.
Munidos das asas de morcego que protegem dos pingos gelados, os rostos sérios, rostos por vezes mais acinzentados que o próprio céu, nós simplesmente caminhamos rumo a nossos destinos, com nossos próprios pensamentos, nossos próprios fones de ouvido, nossas próprias vidas.

Ninguém escuta, Ninguém fala, Ninguém sorri. Ausência de Nós
Só o som da chuva caindo é ouvível, quando se repara nele.

Passeando e observando as pessoas, devido a complexidade e necessidade de interação dos meus pensamentos, é que reparo em algo: Um casal sob um guarda chuva.
Ele estava cabisbaixo, aparentava timidez, tentava parecer distraído e nem olhava nos olhos da garota. Ela, por sua vez, admirava o rosto dele com uma expressão que transpunha a felicidade.
O primeiro rosto feliz sob um céu caindo

Ali, como espectador da cena, vi que a chuva não tem efeito sobre nós. Nós é que a associamos à monotonia, à estagnação. Não percebemos que podemos também associá-la ao sossego, a tranquilidade, a paz.
Aquele casal me mostrou que um dia de chuva pode ser belo, pois para aquela garota não importava o tempo ou o clima, importava aquele momento, só aquele momento, que seria o mesmo se acontecesse e muma quarta feira de sol.

By Carlos...

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Sobre Naoki Urasawa




QUAL A SUA DEFINIÇÃO DE GÊNIO?????
Quem você considera genial, incrível, fodão, uma pessoa caralhuda que, sem ela, o mundo seria pior do que ja é?? Gênio, na minha humilde, modesta, redundante e repetitiva opinião é alguém que pega o que é comum e muda, faz daquilo algo melhor, algo mais interessante, mostra que aquilo que achamos que está no seu auge ainda tem c
omo ficar melhor. Naoki Urasawa é o gênio do mundo dos mangás
Eu devo ser o fã de mangás (vulgo Otaku) mais chato
da face da Terra. Se você conhece alguém que torce para que seu mangá preferido acabe logo, me apresente essa pessoa, pois nós dois temos problemas. A questão é que, ja faz um tempo que a fórmula dos mangás está me chateando. Honestamente, um garoto que é um bosta mas que fica fodão porque tem um poder oculto dentro dele, independen
te de ser ninja, shinigami, youkai, soldado, cavaleiro, bad boy de rua, ou o quer que seja, aliado a uma menina bonitinha e um rival/ amigo que parece fodão, faz merda mas continua tendo fãs (principalmente meninas), é o tipo de fórmula que se repete em todo mangá shonen.
Salvo algumas exceções (Fullmetal Alchemist, que até ja acabou), tem sido repetitivo e chato ler certos mangás, os considerados mais populares. Outrofator irritante, pelo menos na minha opinião, é o fato desses mangás não acabarem nunca. Chega a dar aflição uma história em que a cada capitulo você o fim, mas o autor não enxerga. Esse deve ser o principal motivo pra fórmula desgastada e irritantedesses mangás, e é exatamente isso que Naoki Urasawa conseguiu colocar na lixeira.

O primeiro ponto a ser considerado é o e
nredo. As histórias que Urasawa cria fazem certos
enredos até cheirarem mal tamanha a semelhança c
om lixo. Claro que quem ainda engole histórias baseadas em personagens carismáticos ainda consegue achar algo de incrível nesses enredos, mas eu me pergunto. "Cadê a novidade?? Quer fazer um teste?? Pegue um desses mangás famosos e c
ompare com YuYu Hakusho. Agora me diga as semelhanças que você encontrou. Provavelmente são muitas, mais do que
você sequer pensou. Só pra constar, YuYu foi publicado no Japão a cerca de 19 anos.
Naoki Urasawa então, me chega com uma história que e
nvolve uma Alemanha ainda marcada pela queda do mur
o de Berlim, e nos aprofunda em um suspense cheio de nuances e pontas que, parecem não ter ligação, mas que dão um sentido tenebroso à história. Assim é Monster, único mangá do autor publicado no Brasil, e ainda assim incompleto (Maldita Conrad). E pra quem pensa "Ah, mas só deve ter personagem chato nesse mangá aí mimimi", o gênio mostra que sabe não só mudar o que é comum nos outros, mas usar o que esses outros tem de melhor. Enfim ,leia Monster




Se, por uma acaso, você é daqueles que pensa "Ah, mas eu gosto de histórias fantasiosas, esses suspenses reais são um saco...", Naoki Urasawa joga a genialidade dele na sua cara. Afinal, imagine que sua brincadeirinha de herói com seus amigos quando criança, salvando o mundo do mal vire realidade. E essa realidade venha quando você ja estiver trintão, com os primeiros fios brancos aparecendo. E que, além disso, o responsável por tornar seu "sonho de criança" realidade seja o vilão mais misterioso e fodão da história dos mangás. Pois Naoki colocou isso e muito mais na sua obra prima, a excelentíssima 20th Century Boy, um mangá que se você não gostar, vá assistir Fina Estampa ou qualquer outra novela, porquê você não tem cabeça boa pra ler esse gênio.



Como essas foram as únicas obras completas do autor que eu li, apenas citarei as outras. Pluto é a versão de Urasawa para o clássico Astro Boy (que, você, assim como eu, deve achar chato). Se você ja viu Astro Boy, tente colocar uma investigação sobre um assassinato naquele mundo. Conseguiu?? Urasawa conseguiu. O outro é Billy Bat (Estou lendo esse), uma história bem estranha sobre um japa que vive nos Eua pós segunda guerra e que publica uma série em comic chamada Billy Bat. Após saber que um desenho parecido existe no Japão, ele vai até la pedir permissão para utilizar a imagem (parece estranho, mas o cara tem suas razões), mas acaba numa trama mais tensa do que parece, cheia de segredos e bem no estilo Urasawa de ser.
Não se ofendam se eu pareço ter falado mal do teu mangá favorito, aquele que mudou a sua vida. Eu realmente falei mal, mas o que eu quero é chamar a atenção para o que há de diferente num mercado que, ao analisar, parece ser muito igual. As histórias de suspense de Naoki Urasawa me fizeram ver que é possível mudar qualquer fórmula preexistente. Eu realmente acho os shonens comuns mais chatos hoje em dia.Enfim, a maioria das obras de Urasawa podem ser encontradas traduzidas por fãs na internet. Se quiser facilidade pra achar, use um certo site de relacionamentos que você já gostou muito, mas trocou por um mais intenacional, entende?? Agradeço a paciência e aguardem mais posts... E LEIAM AS OBRAS DESSE AUTOR, SENÃO EU ESCREVI TUDO ISSO ATOA, E DEU MÓ TRABALHO!!!


Até a vista... By Carlos

sábado, 12 de novembro de 2011

Um Pouco de Música... Thiago Pethit


Olá amigos!!
Estou aqui de novo com o intuito de apresentar-lhes alguém que eu admiro, mas que não tem o reconhecimento que merece. Hoje o alvo da minha admiração é o brasileiro Thiago Pethit.
Conheci Thiago Pethit pela MTV. Estava eu um dia zapeando pelos clipes da emissora, quando me deparo com um interessante vídeo que trazia uma moça de rosto familiar dançando pela rua com uma outra galera, embalada por uma espécie de Folk, um tanto quanto alegre demais para o gênero. Descobri que a música se chamava Nightwalker e era de um brasileiro.



Como hoje em dia a TV nos dá partes do que queremos, fui logo para a internet procurar saber quem era o intérprete da música. A atriz de rosto conhecido era Alice Braga, brasileira que tem carreira extensa no cinema hollywoodiano. Mas o que importa é falar sobre a música de Thiago.
O disco em questão, ??único do cantor??, foi lançado de forma independente e tem o sugestivo nome de Berlim, Texas. Sugestivo pois o disco me parece um encontro de dois lugares distintos. Enquanto algumas faixas tem um certo glamour de um cabaré europeu, outras me remetem a um bar texano, solitário e melancólico. Thiago interpreta suas músicas com um certo ar Chico Buarque, alinhado a elementos que fogem à MPB feita por Chico. É o tipo de artista que tem um estilo diferenciado, um folk com ares de anos 30. Ja imaginou Bob Dylan num cabaré francês tomando vinho?? Thiago Pethit pelo visto imaginou.
Sem dúvida a música cujo clipe é estrelado por Alice Braga, Nightwalkwer, é uma das grandes faixas do álbum. Outras faixas que merecem destaque são Birdhouse, Forasteiro, Não se vá e Don´t go away (que é linda nos dois idiomas), a bela Outra Canção Tristonha,e, por fim, a melhor faixa do disco, a impressionante Fuga nº 01, com seu toque circense, sua letra profunda e sua melodia completa e tocante.

Termino deixando o site do cantor pra quem quiser ouvir o disco. Espero que tenham gostado, novos posts virão, sobre musica e outros assuntos.

Até a vista...