Tanto tempo sem postar quase me enlouqueceu. Loucura , aliás, é um tema recorrente desse post. Quero hoje analisar e dar meu ponto de vista sobre um disco delirante, complexo e, por vezes, incompreensível. Porém, tal disco é de uma genialidade tão absurda que , se não é, um dia será considerado um clássico dos anos 2000. Bem vindos à loucura de St. Elsewhere, do Gnarls Barkley.
O Gnarls Barkley é um duo norte americano formado pelo intérprete e rapper Cee-lo Green e pelo dj Dangermouse. Desde 2006 a dupla lançou dois álbuns, The Odd Couple (2008), que não tem nenhum hit de destaque mesmo sendo um excelente álbum, e o já citado St. Elsewhere (2006), que tem como carro chefe o mega hit "Crazy", que colocou a dupla no topo da parada de vários países mundo afora. A música chegou a ser eleita a segunda melhor dos anos 2000 pela Rolling Stone americana, ficando inexplicavelmente atrás de Crazy in Love, da Beyoncé.
O irônico é que o nome do maior hit da banda é justamente sobre o que o disco "disserta". St Elsewhere fala sobre loucura em todas as suas faixas. É como se o disco contasse a história de como uma pessoa normal se descobre louca e tudo o que ela passa a fazer após tal descoberta. Cada música fala sobre um ponto de vista do louco da história, de como a sociedade o vê, de como ele se vê, e o que ele faz pra conviver ou se curar disso.
Junte a esse tema o som alternativo do Gnarls Barkley, com a voz marcante de Cee-lo junto as batidas de hip hop em conjunto com batidas eletrônicas e sons nem tão musicais, letras um tanto quanto subversivas que temos, por fim, um disco que fala de loucura enquanto enlouquece.
O disco ja começa mostrando o som alternativo característico do Gnarls Barkley. A primeira faixa "Go-go Gadget Gospel", é rápida e tem sim uma função introdutória. A letra chama a atenção por falar de uma certa normalidade "Estou bem no meu lugar, tenho quase tudo [...]". Quando ela acaba, é sucedida pela conhecida "Crazy", que fala justamente sobre achar que é louco. É como se o protagonista do disco descobrisse tal fato, e tentasse entender aquilo, além de tentar descobrir loucura em outras pessoas, mesmo elas aparentando serem normais. Ele ainda tenta ver se o seu passado tem a ver com o fato de ser louco. Acha muito pra uma música de três minutos?? É só prestar atenção à letra: "Meus heróis tinham o poder de atravessar todos os obstáculos, e tudo o que eu me lembro é ficar pensando: Eu quero ser como eles..."
Após se descobrir louco, é hora de abandonar a vida que se tem e sair por aí, procurando alguém que compartilhe de sua loucura. É isso que St. Elsewhere, faixa-título e terceira musica do album conta. Ela é seguida por Gone Daddy gone, uma animada faixa em que ele conta a seu pai que o amor foi embora. Tão sem sentido quanto o clipe da música, a princípio.
A história segue falando de pessoas sorridentes e monstros no armário. Em smiley faces ele se depara com alguém sempre sorrindo e em The Boogie Monster descobre que o monstro que tanto o assusta de noite é um espelho. Seriam a pessoa sorridente e o monstro o mesmo ser?? Mais a frente, na faixa Who Cares, ele diz ser duas pessoas, portanto há ligação entre as faixas.
Feng Shui fala sobre não se adaptar à sociedade, e é seguida por Just a Thought(melhor música do álbum), que fala de suicídio. Pelo menos, diz que suicídio é um pensamento constante na vida. As faixas seguintes seguem com esses dilemas sobre a tênue linha entre loucura e sanidade. Entre "Transformer" e "Storm Coming", é dito tudo sobre o que ja foi falado nas outras faixas, seguido ainda por uma espécie de tentativa de cura, de adaptação. O disco termina com "The Last Time", que fala sobre um reencontro. Após tudo isso, o disco dá a impressão de que o amor que se foi em "Gone Daddy gone" volta e se descobre também louco, louco a ponto de juntar loucos num mundo que é louco por ser normal, entende??
A grande sacada é que ao ouvir tudo o que é cantado nesse álbum, conseguimos perceber traços de uma pessoa como qualquer outra no protagonista, o louco. O louco seria normal?? A frase final da segunda faixa do disco, o hit "Crazy", volta então a martelar na minha cabeça, dessa vez com um significado maior: "Talvez eu seja louco, talvez você seja louco, talvez nós sejamos loucos... Provavelmente".
http://www.youtube.com/watch?v=hh5ZdQrz4Qk&NR=1&feature=endscreen
By Carlos
O Gnarls Barkley é um duo norte americano formado pelo intérprete e rapper Cee-lo Green e pelo dj Dangermouse. Desde 2006 a dupla lançou dois álbuns, The Odd Couple (2008), que não tem nenhum hit de destaque mesmo sendo um excelente álbum, e o já citado St. Elsewhere (2006), que tem como carro chefe o mega hit "Crazy", que colocou a dupla no topo da parada de vários países mundo afora. A música chegou a ser eleita a segunda melhor dos anos 2000 pela Rolling Stone americana, ficando inexplicavelmente atrás de Crazy in Love, da Beyoncé.
O irônico é que o nome do maior hit da banda é justamente sobre o que o disco "disserta". St Elsewhere fala sobre loucura em todas as suas faixas. É como se o disco contasse a história de como uma pessoa normal se descobre louca e tudo o que ela passa a fazer após tal descoberta. Cada música fala sobre um ponto de vista do louco da história, de como a sociedade o vê, de como ele se vê, e o que ele faz pra conviver ou se curar disso.
Junte a esse tema o som alternativo do Gnarls Barkley, com a voz marcante de Cee-lo junto as batidas de hip hop em conjunto com batidas eletrônicas e sons nem tão musicais, letras um tanto quanto subversivas que temos, por fim, um disco que fala de loucura enquanto enlouquece.
O disco ja começa mostrando o som alternativo característico do Gnarls Barkley. A primeira faixa "Go-go Gadget Gospel", é rápida e tem sim uma função introdutória. A letra chama a atenção por falar de uma certa normalidade "Estou bem no meu lugar, tenho quase tudo [...]". Quando ela acaba, é sucedida pela conhecida "Crazy", que fala justamente sobre achar que é louco. É como se o protagonista do disco descobrisse tal fato, e tentasse entender aquilo, além de tentar descobrir loucura em outras pessoas, mesmo elas aparentando serem normais. Ele ainda tenta ver se o seu passado tem a ver com o fato de ser louco. Acha muito pra uma música de três minutos?? É só prestar atenção à letra: "Meus heróis tinham o poder de atravessar todos os obstáculos, e tudo o que eu me lembro é ficar pensando: Eu quero ser como eles..."
Após se descobrir louco, é hora de abandonar a vida que se tem e sair por aí, procurando alguém que compartilhe de sua loucura. É isso que St. Elsewhere, faixa-título e terceira musica do album conta. Ela é seguida por Gone Daddy gone, uma animada faixa em que ele conta a seu pai que o amor foi embora. Tão sem sentido quanto o clipe da música, a princípio.
A história segue falando de pessoas sorridentes e monstros no armário. Em smiley faces ele se depara com alguém sempre sorrindo e em The Boogie Monster descobre que o monstro que tanto o assusta de noite é um espelho. Seriam a pessoa sorridente e o monstro o mesmo ser?? Mais a frente, na faixa Who Cares, ele diz ser duas pessoas, portanto há ligação entre as faixas.
Feng Shui fala sobre não se adaptar à sociedade, e é seguida por Just a Thought(melhor música do álbum), que fala de suicídio. Pelo menos, diz que suicídio é um pensamento constante na vida. As faixas seguintes seguem com esses dilemas sobre a tênue linha entre loucura e sanidade. Entre "Transformer" e "Storm Coming", é dito tudo sobre o que ja foi falado nas outras faixas, seguido ainda por uma espécie de tentativa de cura, de adaptação. O disco termina com "The Last Time", que fala sobre um reencontro. Após tudo isso, o disco dá a impressão de que o amor que se foi em "Gone Daddy gone" volta e se descobre também louco, louco a ponto de juntar loucos num mundo que é louco por ser normal, entende??
A grande sacada é que ao ouvir tudo o que é cantado nesse álbum, conseguimos perceber traços de uma pessoa como qualquer outra no protagonista, o louco. O louco seria normal?? A frase final da segunda faixa do disco, o hit "Crazy", volta então a martelar na minha cabeça, dessa vez com um significado maior: "Talvez eu seja louco, talvez você seja louco, talvez nós sejamos loucos... Provavelmente".
http://www.youtube.com/watch?v=hh5ZdQrz4Qk&NR=1&feature=endscreen